domingo, 9 de janeiro de 2011

verdades que se esqueceram de acontecer 1

Sobre carris e em direcção a Santarém, passando por Coimbra, uma cidade que me deixa muitas saudades e me proporcionou bons momentos, uma cidade que me inspira facilmente, por isso, vou contar-te uma história; a história de um rapaz humilde que foi passar umas férias a um sítio paradisíaco.
Seis da manha e os primeiros raios de sol invadiram o quarto e iluminaram os lençóis brancos da sua cama, a portada da varanda estava aberta e as cortinas, também elas brancas, esvoaçavam suavemente ao sabor da brisa matinal. Ele abriu os olhos, inspirou o ar puro que o circundava, apreciou a vista, rodou o tronco e a cabeça e sussurrou ao ouvido da rapariga que com os seus olhos fechados olhava o tecto, numa respiração calma e ténue. “Bom dia amor” – disse o rapaz enquanto lhe beijava o pescoço; uma pele suave e um cheiro tão característico fez o rapaz fechar os olhos e imaginar o paraíso. Assim que os seus lábios se fizeram sentir, ela acordou, Noé entanto, sem abrir os olhos, como se tal como ele desfrutasse o momento e não pensasse em mais nada. Sorriu e espreguiçou-se de uma forma tão carinhosa que ele não imaginava que era possível e só então abriu os olhos. Assim que o fez, ficou deslumbrada com a vista que aquele quarto oferecia, ele petrificou quando olhou nos olhos dela, uns olhos lindos, castanhos-claros, conseguiu ver através deles o mar azul e transparente, as ondas pequenas a rebentar na areia branca e as palmeiras pareciam fazer a moldura deste “quadro” perfeito. O rapaz estava deveras enfeitiçado com aqueles olhos carregados de emoção e puro requinte. Após observar pela varanda a vista exuberante do quarto, ela retribuiu com um beijo intenso e apaixonado nos lábios do rapaz. Este permanecia intacto com os olhos fixos nos dela, estava apaixonado. Os seus lábios entrelaçaram-se nos dela e o rapaz sentiu-se a voar sobre as nuvens, ao lado dos pássaros e em direcção às estrelas. Foi o ponto alto do dia. Quando deixaram de ser um só e voltaram às posições inicias, sentaram-se na cama, o sorriso estava estampado na cara do rapaz, porém, a rapariga estava muito pensativa e hesitou em falar. Porém, acabou por questionar o rapaz sobre o amor que ele tinha por ela. O rapaz respondeu-lhe: “Amo como ama o amor, não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?” Ela esboçou o sorriso mais intenso e encantador que ele alguma vez imaginara ver, e disse: “Fernando Pessoa”! O rapaz retribuiu o sorriso, percebeu que ela não tinha ficado com duvidas e beijou-a como se não houvesse amanha. Foi um dos melhores dias da vida deste rapaz. (…) Fim.