domingo, 5 de junho de 2011

Um sonho no bolso e o pânico à vista

Uau!! é lindo! – Disse o rapaz ao ver uma fotografia coberta de pó e afixada num placard de cortiça. Ele estava numa casa abandonada em Blackrock, uma aldeia de Dublin, a estrada passava mesmo em frente  e  uma farmácia do outro lado da rua ia atendendo os clientes que lá iam passando. O rapaz limpou a foto com a mão, a legenda que estava por de baixo da foto, estava escrita à mão e bastante difícil de se perceber, no entanto ao fim de algum tempo conseguiu ler: “A cidade perdida dos Incas”. Os seus olhos cintilavam ao ver a magnífica cidade conhecida internacionalmente como: “Machu Picchu” – Um dia eu vou lá. – Prometeu a si mesmo.
Guardou a fotografia no bolso, junto com a promessa de ir aquele lugar um dia. Continuou a vasculhar a cave em busca de mais alguma coisa interessante. A mobília era velha e estava em péssimo estado, o cheiro era a um mofo abrasador, a casa não tinha electricidade e apesar de ser de dia e estar sol, na cave era sempre noite, não tinha nenhuma janela nem nada que deixasse entrar uma réstia de luz. Aquele sítio era assustador, as aranhas dominavam o lugar, as teias eram pequenos obstáculos no caminho e havia um movimento suspeito e intimidador rasteiro ao chão, talvez ratos ou mesmo cobras habitassem aquele lugar e duvido que gostem de ter “companhia”. Todavia, isso não foi motivo suficiente para afligir o rapaz, continuou numa busca meticulosa pela cave. Tinha apenas uma lanterna pequena presa na cabeça, no entanto, para ele, era suficiente. Abriu gavetas, portas do armário, varreu todas as paredes com os olhos, analisou cada pedaço daquela cave. Avistou uns caixotes e uns sacos pretos enormes a um canto, aproximou-se e começou a abri-los. Os caixotes estavam vazios e os sacos de plástico estavam carregados de lixo no seu interior, voltou para trás e tropeçou numa carpete enorme. Ao tropeçar arrastou um pouco de carpete consigo e caiu no soalho de madeira cheio de lixo. Não se sentiu seguro e levantou-se imediatamente. Ao ajeitar a carpete, reparou que havia um alçapão por de baixo daquela carpete.
- Ora esta, um alçapão. Será que consigo abrir aquilo? – Uma pergunta pertinente, era fantástico existir ali um alçapão, uma passagem secreta, porém, não tinha ainda encontrado alguma chave ou qualquer outra coisa que pudesse abrir aquilo.
Observou o sistema de fecho e constatou que era através de uma chave, ou duas. Pois, continha dois cadeados.
- Tenho de arranjar qualquer coisa que abra isto! – disse num tom determinado e confiante.
Procurou pela casa toda alguma coisa com que pudesse abrir aquilo, ele pensava em chaves, pé de cabra, martelos, alicates, berbequim, qualquer coisa que detivesse aqueles cadeados. Estava a escurecer e ainda não tinha encontrado nada que servisse.
Ahh Ah! Cá está! Isto deve dar! – O seu tom era deveras confiante, acabara de encontrar um maçarico bastante potente e ainda com o gás pela metade. Ao fim de 15 minutos conseguiu deter os dois cadeados. Puxou pela alça do porão. Um cheiro horrível apoderou-se da cave, ele olhou para baixo e…
- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH – Gritou o rapaz, apavorado.

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